Desde a Antiguidade, o pensamento ocidental tem se debruçado sobre uma questão fundamental: como preserva o todo sua coesão diante da inexorável fragmentação de suas partes? Desta indagação milenar emerge uma sublime ironia: através de sua perpétua reformulação ao longo de incontáveis contextos históricos, a própria questão alcançou uma perenidade que transcende os elementos particulares que a suscitaram, ascendendo a um plano metafísico superior às contingências que lhe deram origem. Esta aspiração ao transcendente constitui o grande nó indissolúvel que mantém as velas da civilização ocidental içadas — pouco restando a acrescentar à célebre observação de Whitehead de que "a mais segura caracterização da tradição filosófica europeia é que ela consiste numa série de notas de rodapé a Platão".

A universidade moderna de pesquisa, concebida no seio da cultura germânica e hoje hegemônica em escala global, fundamenta-se no princípio da compartimentalização do saber humanístico em disciplinas autônomas. Sua vocação primordial reside, como sua denominação sugere, na investigação sistemática — compreendida como a incessante revelação de descobertas em nichos cada vez mais especializados da experiência cultural, interrompendo-se apenas para incorporá-las ao corpus estabelecido do conhecimento acadêmico. Frequentemente escapa à célebre teoria kuhniana dos paradigmas que a própria universidade de pesquisa e sua concepção de ciência constituem, elas mesmas, paradigmas — alguns dos mais fecundos na história da investigação epistêmica. Contudo, torna-se progressivamente manifesto que — ao menos no âmbito das humanidades — a atual arquitetura do conhecimento gera apenas o que os economistas denominariam rendimentos marginais decrescentes; que os compartimentos estanques das universidades encontram-se em processos de dissolução, e o momento revela-se propício para um salto em direção a algo... mais antigo e igualmente novo.

O ressurgimento de um humanismo integral, animado pelas questões perenes — empreendimento jamais inteiramente abandonado no mundo anglófono e periodicamente revivificado no continente europeu — constitui o estandarte sob o qual o Instituto Carlsbad arvora sua insígnia. Norteado por estes princípios fundamentais, o Instituto Carlsbad dedica-se à restauração das ciências sociais e humanísticas como um todo orgânico, conduzida sempre sob a égide da liberdade intelectual, da abertura dialógica e da imparcialidade axiológica.

Embora primordialmente voltado ao cultivo das ciências, o Instituto almeja transcender os limites acadêmicos, buscando estabelecer cooperação e diálogo com os expoentes das artes, do mundo empresarial e da esfera política. Carlsbad, histórica cidade termal no coração da Europa, cujo encanto perene tem atraído, ao longo dos séculos, as mentes mais profundas do continente a percorrer suas colinas e desfrutar de suas águas, oferece o cenário ideal para esta obra. Ao semear os germes de um novo humanismo holístico e transdisciplinar no fértil solo da Europa Central, sem olvidar aquelas terras distantes na melhor tradição cosmopolita mitteleuropeia, o Instituto Carlsbad ambiciona lançar profundas raízes para que novos paradigmas teóricos e frutos intelectuais floresçam por toda a sociedade, unindo a leveza do pensamento especulativo à gravidade da decisão política.

O Instituto Carlsbad perseguirá sua missão através do mecenato a diversas iniciativas de investigação acadêmica, abrangendo — sem a elas se limitar — a organização de conferências, colóquios e ciclos de palestras; o fomento e apoio a publicações eruditas; a formação direta de estudantes e jovens profissionais; e a democratização do acesso aos insights das mais brilhantes mentes contemporâneas através de nossa revista digital de acesso livre, as Carlsbad Considerations. Esta publicação divulgará trabalhos pioneiros de eminentes pensadores de todas as áreas do conhecimento social, com o propósito de tornar acessível a todos a vanguarda do pensamento contemporâneo.

Aqueles que desejarem conhecer mais profundamente o trabalho do Instituto Carlsbad encontrarão informações adicionais em carlsbadinstitute.org.

Dr. Martin Hähnel, Director
Christopher Gadsby
Seweryn Górecki
A.W. Taubenberger